Saúde | 07-12-2022 11:33:35
Acidente de viação em Viana faz dois mortos e feridos graves
Duas cidadãs morreram e outras ficaram feridas, em consequência de um trágico acidente de viação ocorrido, terça-feira, na Avenida Deolinda Rodrigues, em Viana.
O acidente foi protagonizado por Daniel Pedro, já detido, que conduzia um veículo de marca Sinotruk, modelo ZZ, com o qual embateu contra o automóvel de marca Dump, Hoyum, conduzido por Lucas Manuel Lourenço, também detido, disse o porta-voz da Polícia Nacional (PN).
Nestor Goubel avançou que os motoristas das duas viaturas circulavam presumivelmente sob efeito de bebidas alcoólicas.
"O excesso de velocidade, aliado à sonolência e embriaguez estão na base do acidente”, disse, acrescentando que ambos foram diagnosticados com 0.09 g/l e 0.16 g/l de álcool, respectivamente.
De acordo com o porta-voz da Polícia Nacional, o automobilista do veículo de marca Dump estava parado para dar prioridade aos peões, que faziam a travessia na faixa de rodagem, quando sofreu o embate na parte de trás.
O acidente resultou na morte das cidadãs Elisabeth Fernandes, 38 anos, e Madalena Mateus, 35 anos, ambas residentes no bairro Caop-A, rua da Guarda Passagem, e em dois feridos graves que se encontram no Hospital Américo Boavida.
O caso foi reportado sob participação de sinistro nº 1734/22 e remetido ao Serviço de Investigação Criminal (SIC) para os trâmites que se impõem.
Henriques de Pedro Gonçalves, um dos sobreviventes do acidente, contou que saia de casa a caminho do serviço, quando ao atravessar a estrada da rua da Guarda Passagem, um camião parou para dar prioridade aos peões, mas por trás veio um outro a transportar sacos de arroz, embateu na traseira do primeiro e este atropelou as quatro senhoras que estavam a fazer a travessia.
Perplexo, o sobrevivente disse que a passagem é comum para os moradores do bairro Caop-B. "Antes havia um agente regulador do trânsito que facilitava a passagem. Mas de um tempo para cá, nunca mais os vimos, o que cria uma situação desagradável para os moradores”.
Sobreviventes
As vítimas foram levadas ao hospital municipal do Kapalanga, onde foram assistidas pelo especialista em ortopedia e traumatologia, Sérgio Brito, que falou do quadro clínico das pacientes. "Deram entrada no hospital duas pacientes do sexo feminino, trazidas pela Polícia Nacional, em estado clínico grave”, informou.
O médico avançou que Maria Ribeiro, de 20 anos, uma das vítimas, está com uma ferida avulsiva no membro inferior esquerdo e uma fractura exposta do fémur e da tíbia.
Por outro lado, a paciente Madalena Cassova, de 28 anos, está com muitas convulsões por ter sofrido muitos embates no corpo. "O mais grave é a ferida que tem na região perianal (ânus), que vai precisar da intervenção de um cirurgião”, disse.
Sérgio Brito avançou que as pacientes devem ser transferidas para o bloco operatório com a maior urgência possível. "Toda pessoa que participa de um acidente desta dimensão, deve ser considerada um doente grave, mesmo que aparentemente não tenha sofrido nenhuma lesão, principalmente em casos onde ocorrem mortes”, aconselhou.
A directora-geral do hospital municipal do Kapalanga, Maria Kativa, garantiu que as pacientes receberam os primeiros socorros naquela unidade hospitalar e depois foram transferidas ao Hospital Américo Boavida. "Temos capacidade para realizar cirurgias, mas existem as mais complexas, como é o caso das duas vítimas de hoje, que não poderemos intervir por falta de material”, disse.
Desrespeito às normas
O responsável pela área de Mobilidade e Trânsito de Viana, João Morais, disse que os pontos de travessia do município estão devidamente identificados, mas a população insiste em passar em locais impróprios. "Todas as pedonais erguidas na Estrada 230 careceram de um estudo. São os locais que anteriormente eram de maior fluxo de pessoas que efectuavam a travessia”, disse.
Para João Morais, é importante que cada um tenha consciência do bem maior que é a vida. "Devemos atravessar em locais onde não há motivo de colocar em perigo a integridade física”.
A administração municipal, afirmou, já desenvolveu várias acções de sensibilização, mas as pessoas continuam a fazer a travessia em locais proibidos. "No local onde ocorreu o acidente, por exemplo, se fosse autorizado para a travessia de peões, a administração teria colocado passadeira, não se colocou por ser um espaço impróprio”, disse, acrescentando que a população vandaliza os separadores e ignora as orientações do agente regulador de trânsito durante as travessias. "Devemos olhar também para a vandalização dos bens públicos, feita através do rompimento das barreiras. A Polícia de Trânsito deve regular a travessia de peões no local, onde passam pessoas a transportar mercadorias”.
Para evitar acidentes, adiantou, colocou pedonais em locais propícios. "É de lamentar a forma como são vandalizadas as vedações das pedonais e na maior parte dos casos algumas são usadas como ponto de vendas”, realçou.
Algumas, esclareceu, já sofreram intervenções de manutenção. "Neste momento aguardam por aquelas que exigem uma manutenção urgente. A zona da Guarda Passagem é um local em que não se deve efectuar vendas, nem servir de paragem de táxi ou moto-táxi", concluiu.